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As cinco melhores coisas de 2023

Link, de "The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom" conduz Mollie, de "Assassinos da Lua das Flores", no carro da Barbie. "2023" pode ser visto ao fundo.

Duas coisas que percebi fazendo a lista de fim de ano do Pão em 2023:

  1. Minha dieta cultural esse ano foi bem rala. Um pouco culpa do trabalho. Um pouco culpa de Eventos Acontecendo Em Minha Vida (contas).
  2. Eu desaprendi a escrever. Meu maior norte (conte o que acontece, não o que faz) ao escrever minhas resenhas não acontece nas cápsulas a seguir. Me desculpem, eu estou destreinado.

Eu escrevi pouco em 2023. E escrevi menos ainda sobre cultura em 2023. Não é culpa do que eu vi, joguei, li, ouvi, cliquei, etc. Escrever é terapêutico pra mim, mas muito desse último ano eu me descuidei da minha saúde mental, de desvendar o que eu estou sentindo. Eu também fui perdendo, aos poucos, a vontade de falar o que eu estou sentindo ou o que eu experimentei. É algo que eu quero mudar em 2024, e espero que meus queridos leitores, fieis escudeiros, estejam dispostos — eu estou empolgado para uma penca de filmes que vão estrear nos próximos três meses! Espero que estejam preparados para minhas péssimas opiniões!!

Enfim… não foi um ano ruim. Eu consegui realizar meu plano de assistir filmes majoritariamente no cinema, por exemplo. E de jogar quase todos os jogos que eu quis jogar. Eu tive tempo, e eu tive disposição. Mas eu não sei o que houve, mas na maioria das vezes eu não tinha palavras pra descrever o que eu sentia. É pura falta de prática. Como corrida, que eu também parei na segunda parte desse ano, eu só preciso exercitar um pouquinho mais pro ritmo das ideias voltarem. Eu só preciso me organizar. Eu planejo me organizar. Só essa semana eu escrevi bem mais que meses inteiros nesse último ano! Eu tô empolgado por 2024. Vocês acreditam que o blog vai fazer onze anos? Foi nessa idade que eu aprendi a ler!


O filme: Assassinos da Lua de Flores

Lilly Gladstone e Leonardo DiCaprio em cena de "Assassinos da Lua de Flores": Gladstone, no banco de trás, é conduzida por DiCaprio, no banco do motorista, em um carro dos anos 1920.

(Martin Scorsese, 2023). Todo ano eu fico com esse questionamento. Meu filme do ano é a melhor experiência que eu tive no cinema (Barbie)? Ou é o filme que mais me deu material pra pensar (Tár)? Ou é o filme que simplesmente me conectou àquela cinefilia adormecida dentro de mim (Showing Up)?

Assassinos da Lua de Flores não é nenhum desses casos. Mas é o meu filme do ano. O filme que eu saí do cinema sabendo que uma parte de mim mudou, que uma parte de mim nunca tinha visto nada igual. Em parte, porque é um dos meus tipos de filme favorito: parece ser uma coisa, mas Scorsese está fazendo outra. E, quando a gente percebe o que ele está fazendo, o filme se abre na nossa frente. Parece mais um dos seus filmes de gângster, mas Assassinos da Lua de Flores é muito mais. É uma história de amor doentio, de uma ganância monstruosa, da beleza arrancada e perdida dos povos nativos. Tudo isso sob os olhos da melhor atriz de sua geração, com Lilly Gladstone entregando ondas de emoção inteiras através de seu olhar, impenetrável e dilacerante.

Tudo isso. _ Tudo isso _ enquanto Scorsese se questiona, o tempo todo e humildemente, se ele é capaz de contar essa história como deveria ser contada. Se ele tem o que é capaz de ver através dos olhos de sua protagonista como ele queria tanto ver. Se ele fez jus à história dela. Nem ele, o grande mestre do cinema ainda vivo, sabe responder. É uma cicatriz que ele deixa à mostra para seu espectador.

E também:

Barbie (Greta Gerwig, 2023). Provavelmente o filme do ano? Eu sou fascinado pelo cinema de Gerwig, que com apenas três filmes já tem o que é provavelmente a melhor adaptação de um livro para a tela, e agora esse feito inacreditável de um filme realmente questionador, usando o dinheiro de uma mega-corporação. Na primeira vez que eu assisti, ficava me perguntando como a Mattel permitiu um filme desses. Mas foi na segunda, no natal com minha família, que eu me deparei com o filme muito sensível que existe por baixo do conceito de fachada. Uma dramédia às avessas sobre pessoas não aceitando seu espaço na sociedade, e como elas agem para mudar. Umas se fingem de mortas, outras criam o patriarcado, outras conversam umas com as outras e mudam de pouquinho em pouquinho. Quero que o Caetano cresça com esse filme por perto.

Monster (Hirokazu Kore-eda, 2023). Até dezembro, Assassinos da Lua de Flores tinha o meu final favorito do ano. Mas Kore-eda fez o que eu achei impossível: um filme tão bem construído que a mera ideia de um final feliz parece um sonho. Não é só de final que Monster se sustenta, é claro. Talvez o melhor roteiro que eu já tenha visto em tela desde que David Fincher encarou o Facebook, aqui vários pontos de vista se juntam para moldar uma história que eu acharia um crime dar mais detalhes. Grande parte da beleza desse filme tão sensível, tão delicado, está na forma que Kore-eda desdobra-o em nossa frente, com sua precisão estética igualmente sensível. É avassalador, mas também sabe ser belíssimo.

Showing Up (Kelly Reichardt, 2022). Não tem nem previsão de estreia no Brasil, mas Showing Up é mais uma obra-prima de uma diretora que nunca fez um filme menos que impecável. Eu escrevi no meio do ano como esse filme parece conversar com uma parte de mim que acredita no processo artístico como uma forma de arte em si. Mas Showing Up não é tão chato: é uma comédia sobre uma mulher querendo fazer arte, mas a vida se intrometendo no meio. E é nesse vai-e-vem de vida e trabalho que Reichardt, com a ajuda de sua grande escudeira Michelle Williams, encontra sua arte. A arte do processo, das pequenas coisas, que se constroem devagar. Que preciosidade de filme.

Tár (Todd Field, 2022). Nenhum filme esse ano me deu material como o novo do Todd Field. Tár é um colosso de cinema, daqueles poucos filmes que tudo reverbera, que é difícil de apontar e classificar. E, ainda assim, é bem claro sobre o que ele quer: dissecar a alma de uma regente no topo do mundo, no seu poder máximo. Quando se tá no topo, porém, o único movimento possível é a queda. E Tár dá tons operísticos à queda de sua personagem título (Cate Blanchett, em uma performance pra vida toda). O verdadeiro filme ruminante — pra ficar mastigando por meses após visto.

O jogo: The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Captura de tela de "The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom": Link, um menino loiro, com traços e esguios, corre por uma ilha no céu, com uma relva dourada e ruínas no horizonte.

(Nintendo, Switch). Eu me debati muito se Mario ou Zelda levariam esse ano, mas foi em uma breve conversa com o Erê, a qual transcreverei abaixo, em que isso foi decidido:

Arthur: É Mario ou Zelda?
Erê: Zelda, né?
Arthur: É, é Zelda.

Significativo, porque Tears of the Kingdom, a continuação do monumentalBreath of the Wild, só fez sentido pra mim quando eu compartilhei o controle com o Erê, e nós tivemos algumas das madrugadas mais divertidas que eu tive em anos. Não só pra ver o que é possível de fazer nesse jogo gigantesco, mas também pra poder dividir essa aventura com alguém. TotK é um jogo de se criar histórias — sobre como você subiu aquela montanha, ou como construiu algo para enfrentar aquele quebra-cabeça — e depois contá-las, compartilhar notas e descobertas. É um jogo comunal, como seu antecessor foi, que expande e aprofunda os conceitos de BotW. Nem sempre de maneiras necessárias, mas sempre inesquecíveis.

E também:

Cocoon (Geometric Interactive; PlayStation, Switch, Windows, Xbox). Como seus antecessores, Limbo e Inside, Cocoon maneja entrar na sua mente. À primeira vista, parece ser um daqueles jogos que se joga automaticamente, que as respostas para seus quebra-cabeças são fáceis demais, ou lineares demais. Mas é a pura alquimia do próprio jogo: de apresentar seus conceitos tão bem e espaçá-los com uma cadência precisa para fazer você pensar na velocidade que seus desenvolvedores delimitaram. É uma delícia de jogar. De uma fluidez de botar inveja em muitos arrasa-quarteirão por aí.

Japanese Rural Life Adventure (GameSTART, Apple Arcade). Obrigado Victor, que me apresentou esse jogo depois de eu (finalmente) aposentar minha ilha em Animal Crossing. JRLA é, acredite, um Stardew Valley aperfeiçoado. Um simulador rural simples, mas charmoso, que me fez perder horas do meu dia enquanto eu tentava coletar bambu o suficiente para construir meu templo. Me fez querer ir morar numa fazenda no Japão, e a me questionar se minhas preocupações são realmente preocupações. Tá aí um novo objetivo de vida.

Lil Gator Game (MegaWobble; macOS, PlayStation, Switch, Windows, Xbox). Não foi só Breath of the Wild que ganhou continuação esse ano. Outro jogo seminal dos anos 2010, A Short Hike, ganhou uma sequência espiritual com esse jogo de aventura carismático e delicado. Inspirado em BotW e, de maneiras peculiares, Link’s Awakening, Lil Gator Game é uma aventura sobre um irmão se deparando com uma irmã que cresceu para além de suas brincadeiras de infância. Curtinho e lindo, foi uma boa entrada para o mundo deZelda antes de Tears of the Kingdom chegar.

Super Mario Bros. Wonder (Nintendo, Switch). Esse é o melhorSuper MariodesdeSuper Mario World (e tenho dito!!!), um jogo pingando criatividade e genialidade, imenso sem ser maçante. O único jogo que eu joguei esse ano em que eu cogitei que, talvez, tivesse superado TotK em sua engenhosidade. Em alguns momentos, eu ainda acho que sim. É tão — mas tão — divertido, de maneiras completamente inesperadas, que foi como jogar um Super Mario pela primeira vez outra vez. Que tipo de feito grandioso, e impossível, é esse?

A música: The Great Collapse

(Joe Hisaishi, The Boy and the Heron). Sabe o que eu mais gosto nos mitos de criação? Como eles dão precisão para os verbos mais complicados. Atos como criar a luz, ou assoprar a vida, são maiores do que a minha cabeça pode compreender. Mas eles trazem essa complexidade inteira com um toque de fascínio, de mágica.

Foi exatamente o mesmo sentimento, de excitação, de presenciar essa mágica primordial que dá vida e que cria sentido, que eu senti ao ouvir The Great Collapse, uma das músicas que Joe Hisaishi compôs para O Menino e a Garça, pela primeira vez. Como ver alguém dobrar um origami na frente dos meus olhos pela primeira vez. Ver algo que eu não sabia o que seria ganhar forma, e então significado. Eu não sei exatamente o que é isso que se cria ao ouvir essa música. Mas ele é real, eu sinto ele no fundo do meu peito. No infinito da minha mente.

E também:

A Running Start (Sufjan Stevens, Javelin). O delicado novo álbum do Sufjan Stevens é pra se ouvir de manhã, tomando café. De certa forma, qualquer música dele poderia estar nessa lista (foi, e ainda é, um dos álbuns que eu mais ouvi logo depois de acordar nos sábados). Mas tem algo em A Running Start que me chama a atenção. Talvez seja o lampejo de animação, ou talvez seja porque ela me faz parar e prestar atenção, não só servir como música de fundo enquanto eu lavo a louça do café da manhã. É íntima, como todo Javelin, mas é estranhamente etérea, como uma música ambiente. Entra na pele.

Deceiver (M83, Fantasy). O novo álbum do M83 foi a trilha-sonora do meu ano. Deceiver, em especial, me acompanhou em dois dos momentos mais inesquecíveis que eu tive. Muito pelo fato de eu estar ouvindo a música certa na hora certa: o primeiro raio de sol em uma estrada infinita, e Anthony Gonzalez gritando “Distance driver” com aquela imensidão musical que ele sabe criar? Foi a minha música do ano até o novo trabalho do Joe Hisaishi aparecer, quase que no último minuto.

Madrugada Maldita (FBC, O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão Nos Levar Para Outro Planeta). A batida dessa música, a abertura do disco, é a mais contagiante que eu ouvi em anos. As letras continuam sendo o que menos me impressiona no trabalho de FBC, mas ele trabalha com o som que as acompanha em um espaço todo dele. Madrugada Maldita é uma daquelas músicas que eu não teria problema nenhum se durasse para sempre.

One Without (Oliver Coates, Aftersun). Provavelmente a música que eu mais ouvi esse ano, essa faixa da trilha-sonora de Aftersun me ajudou a decodificar o que torna o filme tão eficaz, e algo que eu tentei traduzir nesse texto. É um trabalho fantástico de entender o tom de um filme e transpô-lo para outro meio. É como ouvir a maré de um mar até então silencioso finalmente rugir.

A série: Succession

Sarah Snook, Jeremy Strong e Kieran Culkin em cena de "Succession": os três, em roupas pretas e formais, compartilham um abraço enquanto choram.

(4ª temporada, HBO). Talvez seja a resposta mais óbvia de se dar, mas também é a única que eu consigo. Misturando o tom farsesco com uma tragédia shakespereana, Succession finaliza com uma quarta temporada que alcança os pontos altos da segunda, e então os extravasa. Seja na perfeição de um episódio como Connor`s Wedding quanto a construção do arco narrativo que desemboca no devastador All The Bells Say, talvez a series finale mais emblemática desse lado de The Leftovers.

Succession sempre foi de difícil classificação. É uma série sobre seres humanos horríveis que, mesmo assim, nos força a ter empatia por suas dores (é o que nos diferencia deles, afinal de contas). É, também, uma comédia de erros, em que herdeiros se provam incapazes de navegar nos absurdos capitalistas que seu pai ajudou a fundar. É uma típica novela das oito, mas também é uma tragédia de como inescapável e destruidor pode ser o legado de nossas famílias em nós mesmos. É tudo isso, e é também uma baita duma série que me faz passar a vergonha alheia mais dolorosa, semanalmente. Vai fazer muita falta.

E também:

Alguém em Algum Lugar (2ª temporada, HBO). Já faz muito tempo que meu subgênero favorito da TV são as tragicomédias de meia-hora da HBO (Looking, Togetherness, Betty). Alguém em Algum Lugar talvez seja a melhor delas, e a sua segunda temporada aperfeiçoou os acertos da temporada anterior, expandindo a série em intensidade, e não em escopo. Uma série sobre procurar, encontrar e construir uma comunidade ao redor de si, é um deleite e uma preciosidade, sempre carismática e melancólica (e, quase sempre, as duas ao mesmo tempo).

Barry (4ª temporada, HBO). Por toda a sua trajetória na TV, Barry tem sido um joia oculta na programação. É uma comédia, mas não é engraçada. Na maior parte de suas duas últimas temporadas, é até muito depressiva. Mas é única e, se o experimento nem sempre funcionou (principalmente na terceira temporada), ainda assim entregou os episódios mais interessantes dos últimos anos. Unindo o cômico e o doloroso, Barry nunca perdeu o coração humano de seus personagens de vista. Não oferece nenhuma resposta fácil para os dilemas morais de um assassino arrependido, uma atriz arrependida, e um pai arrependido. Mas termina seus arcos com aquela precisão cirúrgica entre absurdo e humanismo em que Barry sempre encontrou algo de muito real.

Mrs. Davis (1ª temporada, seu torrent favorito). Que saudade que eu tava das séries de Damon Lindelof (The Leftovers, Watchmen). A estranheza perfeita. A construção de significados cumulativos através do tempo. O drama absurdo. O manejo entre a tragédia e a comédia. Não existem séries iguais às dele. Mrs. Davis, curtinha (vai ser uma antologia daqui pra frente), hilária e emocionalmente dilacerante em igual medida, faz as nossas perguntas difíceis que todo o mundo está com medo de fazer sobre IA. E as faz sem medo de olhar ao redor das respostas, e de questionar aquele belo e se que Lindelof sabe tão bem fazer. Aposta mais alto, e daí aposta mais alto ainda.

O Urso (2ª temporada, Star+). Das séries que parecem um milagre por existirem, O Urso mistura a comédia de espaço de trabalho com a tragédia da vida mundana. Todos os seus episódios beiram a perfeição (e Fishes e Forks a encontram), então é uma série boa de recomendar por momentos específicos. Para mim, porém, O Urso brilha pela construção, as vezes quase imperceptível, dos seus personagens. É uma série como as poucas que sabem construir e nutrir significado através do tempo. Seja com um talher, com um prato ou um jogo de olhares. O segredo de uma série que vai longe. Eu aceito, no mínimo, oito temporadas.

A sumaúma que comoveu Belém - SUMAÚMA

(texto, Helena Palmquist, SUMAÚMA). Me emociona toda a vez ler o relato sobre a morte da sumaúma. Um apelo à natureza, mas uma lembrança da nossa humanidade, capaz de velar a morte, mesmo daqueles tão diferentes de nós. Eu linkei pra esse texto no início do ano aqui no blog, e eu ainda paro para relê-lo de tempos em tempos.

Também me fez conhecer o site em si, SUMAÚMA, que se transformou em um dos meus feeds favoritos no meu RSS.

E também:

Aftermath (site). Meus escritores favoritos sobre jogos debandaram um a um, o Kotaku nos últimos anos. Foi difícil de acompanhar o trabalho deles desde então, em cadernos de jornais que foram terminados logo depois, ou em sites questionáveis. Um pouco disso porque textos sobre jogos ainda tem muito de publicidade, e o trabalho desse pessoal é questionador e difícil. Outro, porque jornalismo de jogos não é levado a sério, e publicações desistem logo que veem que a comunidade ao redor, geralmente avessa às críticas, tende ao violento. Aftermath segue o exemplo de Defector, e cria algo uma comunidade, sem publicidade, voltado para seus assinantes, e já tem alguns dos melhores textos desde o tempo deles no Kotaku. É bom ter eles de volta.

Everything is Alive Presents: The Animals (podcast, Radiotopia__). Pensando seriamente em tornar Everything is Alive um hors-concurs nessa categoria, porque todo o ano eles entregam um dos meus podcasts favoritos. Esse ano, um spin-off entrevista alguns animais sobre suas vidas, e o charme e deleite em encontrar humanidade em tudo continua. Curtinho, delicado e mágico, como sempre.

Radio Garden (site). Minha dificuldade de listar cinco músicas que me marcaram esse ano se deve ao Radio Garden, meu principal meio de ouvir música desde que eu o descobri: eu sintonizo em uma estação de rádio aleatória no mundo (eu ando gostando muito das rádios romenas, por algum motivo?), e fico ouvindo absurdos. Músicas que eu nunca vou ouvir de novo, comentários em idiomas que eu não entendo. Como a Wikipédia, o Radio Garden deixa o mundo grande.

The Retrievals (podcast, Serial Productions). Desde a terceira temporada de Serial, a equipe de produtores e escritores vem trabalhando em minisséries que seguem a mesma linha do podcast-fenômeno: uma história, contada com maestria em vários episódios. Esse método produziu alguns dos melhores podcasts dos últimos anos, como S-Town e We Were Three. The Retrievals talvez seja o melhor até aqui, e o meu podcast favorito no ano. O caso de um crime médico em uma clínica de fertilidade nos EUA é surreal, mas em cinco episódios, The Retrievals torna a dor e a injustiça palpáveis.

É isso! Muito obrigado por esse décimo ano acompanhando esse espacinho na internet. Muito obrigado, especialmente, ao meu amigo Raul, que fez a ilustração de capa do post (e o sanduíche que você vê em todas as páginas desse blog).

Feliz 2024, nos vemos lá!

A nova temporada de Everything is Alive começou

Meu podcast favorito, Everything is Alive, está de volta com um episódio tremendo em que Ian Chillag entrevista Azlo, um carro de aluguel que está tentando voltar para casa. O que é “casa” para quem está sempre viajando? É uma das explorações fantásticas que esse podcast pequenuxo consegue tirar das observações mais simples do dia-a-dia.

Você pode ouvir Everything is Alive em qualquer plataforma de podcasts, como o Spotify, o Pocket Casts ou o Apple Podcasts. Você também pode ouvir ele no site oficial.

Everything is Alive entrevista Sal, a meia

Uma coisa interessante aconteceu hoje. Eu tava voltando da minha corrida, enquanto eu ouvia os meus podcasts da semana, quando o episódio de hoje de Everything is Alive começou. Eu tava tirando minhas meias quando Sal, uma meia, começou a contar sobre Rebecca, sua parceira.

Essa temporada de Everything is Alive tá sendo mais ou menos, mas Sal talvez seja o meu episódio favorito do podcast até aqui. A empolgação de Sal contando sobre Rebecca é daqueles momentos de genialidade que compõe o podcast em seus melhores momentos: breves lampejos da beleza do nosso dia-a-dia sendo relembrados em perspectivas completamente diferentes da nossa. É uma reapreciação de se estar vivo.

O episódio também tem uma entrevista com Sebastian Connelli, o homem que ilustra esse artigo sobre usar sandálias e meias, e sua esposa, que publicou a foto no site — algo que eu não fazia ideia de que era polêmico, até porque eu amo usar crocs e meias.

Aí estão dois casais conversando sobre meias. Quem diria que seria tão bonito.

O trailer da quarta temporada de Everything is Alive

Everything is Alive, meu podcast favorito, vai começar sua quarta temporada na próxima quarta-feira, dia 22 de setembro, depois de um episódio especial em maio. Aí está o trailer.

Everything is Alive é um podcast muito especial e muito bonito, em que Ian Chillag entrevista objetos do nosso dia-a-dia, como um elevador ou um espelho, uma calça jeans e sua amiga jaqueta de couro.

Quando eu apresentei esse podcast pra um amigo meu, ele me disse que é perfeito pra quem cresceu assistindo Toy story e começou a imaginar que tudo tinha uma vida secreta, e é verdade.

A história da web

Eu sou apaixonado por histórias daqueles dez, quinze primeiros anos da internet, quando comunidades se formavam ao redor do brilho dos monitores para desbravar tudo o que a internet poderia fazer. Essas comunidades eventualmente criaram as tecnologias fundadoras da web, e serviços que até hoje sustentam a mega-infraestrutura que existe para manter a internet o mais livre e independente possível.

Como The Soul of the New Machine e Halt and Catch Fire, a série de artigos Web History, de Jay Hoffmann, narra em um tom poético mas nada romântico como essa fundação da web aconteceu – das brigas internas dos times de pesquisadores da ARPANET à introdução de CMS como o WordPress e o Blogger, que democratizaram a criação de sites. Alguns capítulos, como o dedicado ao CSS, podem ser cheios de termos muito técnicos para quem não trabalha com esse tipo de coisa, mas vale muito conferir. É uma documentação histórica da internet, e eu gosto que ela existe de uma bonita assim.

Além dos textos, os capítulos são oferecidos em formato de áudio em um podcast, que é o meu jeito preferido de acompanhar. Eu posso ouvir enquanto desenvolvo as coisas do trabalho. É em inglês, mas o narrador Jeremy Keith usa uma voz bem calma e espaçada, se você está arranhando um pouco na língua acho que é uma boa pedida.

Everything is Alive está de volta

Everything is Alive, o meu podcast favorito, está de volta para sua novíssima temporada entrevistando Adam, um banquinho de sentar.

Esse podcast é perfeito pra quem, assim como eu, assistiu Toy Story muito cedo e desenvolveu uma empatia perigosa por absolutamente tudo ao seu redor. Eu sento devagar no sofá pra não machucar ele, eu limpo a louça com cuidado para elas dormirem bem. Faz muito tempo que eu não acredito que as coisas ao nosso redor não têm uma vida própria e julgam o nosso dia-a-dia, mas resquícios desses pensamentos ainda vivem dentro de mim. E Everything is Alive ilustra isso com entrevistas com esses objetos. São conversas charmosas demais pra descrever, mas eu vou tentar: algumas são engraçadas, como a da jaqueta de couro e a calça jeans, que conversam sobre como seu dono não tem mais idade para vestí-las. Outras, como a do elevador, são de partir o coração.

A melhor dica que eu poderia dar a você nesse início de final de semana é essa. Escute Everything is Alive. Ele me ajudou a ver a beleza daquilo que nos cerca no dia-a-dia. Não tem presente melhor que esse.

As coisas incríveis que meus amigos fazem

Eu gosto muito de estar próximo dos meus amigos. Antes desse ano, que me forçou a ficar longe deles, eu sempre estava com algum amigo. Seja conversando, seja trabalhando, seja fazendo absolutamente nada enquanto a gente fica sentado no sofá. Eu gosto de estar na companhia dos meus amigos, e sinto bastante falta deles.

Esse ano eu tive que aprender a passar o tempo e acompanhar meus amigos de jeitos diferentes, e um desses jeitos foi acompanhando o que eles fazem. Eu tenho muitos amigos que criam coisas incríveis, e vou aproveitar esse espacinho de internet que eu tenho aqui pra vocês conhecerem alguns deles.

Eu pretendo fazer mais posts assim daqui pra frente. É legal lembrar que eu estou cercado de gente inspiradora como meus amigos, e me sinto menos sozinho escrevendo pro Pão sabendo que logo aqui no lado desse espacinho virtual eu tenho amigos meus escrevendo, filmando, gravando podcasts e cozinhando.


Para ler: o blog da Jéssica

Eu comentei isso uma vez com a Jéssica: mas eu queria saber escrever tão bem como ela. A Jéssica escreve no Medium, e ler ela é uma das melhores coisas que eu fiz esse ano. Suas linhas são objetivas e ao mesmo tempo poéticas, e ela tem aquele dom que eu acho que um grande escritor tem que é a capacidade de fazer ligações entre as coisas que a gente acharia improvável — mas ela faz parecer real, às vezes até inevitável. São textos precisos sobre a experiência que é ser a Jéssica, mas também que é ser humano. Eu me surpreendi lendo Sinestesia, seu texto mais recente, que captura muito memórias da minha infância que eu não sabia que eu ainda tinha.


Para ver: os filmes do Leo

Eu já escrevi sobre o curta que o Leo lançou há uns meses, mas vale deixar um link para o canal do Fantasma do Espaço, que tem um longa e um outro curta também incríveis. Eu já falei lá no outro post, mas vale repetir: o Leo tem um olho único no cinema gaúcho, e talvez no cinema brasileiro, que geralmente é feito por gente “da cidade grande”, ou como alguém dessa cidade grande enxerga o interior. Os filmes do Leo são diferentes, são visões bem íntimas do interior do RS, onde natureza e cidade brigam por espaço.


Para ouvir: o podcast da Manu e da Luísa

A Emanuele e a Luisa, junto com a Roberta, fazem o podcast Cadê minhas Lésbicas. Eu trabalhei com a Manu há dez anos, e desde sempre eu sempre gostei de ouvir (e ler) o que ela tem pra dizer sobre qualquer coisa, e no último ano em que estamos distantes eu tenho o prazer de ouvir suas opiniões em seu próprio podcast. CMLês tem tudo o que um bom podcast de conversa pode ter: é honesto com suas participantes, é engraçado em uns pontos e surpreendentemente emocionante em outros. Como uma boa conversa mesmo. Eu particularmente amo o episódio em que elas dissecam o filme Carol — eu não canso de ouvir sobre esse filme.


Para comer: os pães e tortas da Taís e do Victor

Essa é uma dica mais regional, porque se você não estiver por Porto Alegre (e Santa Maria), provavelmente não vai poder experimentar, mas fica aí o link deles pra você ficar com inveja. A Taís e o Victor começaram a Taís Bakery esse ano — a qual já recebeu uma crítica aqui das fotos de uma das suas tortas. Quando eu preciso ir pra POA eu sempre me organizo para comprar um pão artesanal (divino) ou um cheesecake de paçoca (o qual é um crime e eles precisam ser investigados de tão bom). Eu geralmente gosto de reunir meus amigos para comer uma torta e umas bobagens no meu aniversário, mas como acho que mês que vem a gente ainda vai estar se isolando socialmente eu vou ter que comer essa Torta Brownie Brigadeiro sozinho. Uma pena.

Episódio 10 – com Victor Silva

O Victor e eu nos sentamos pra conversar sobre como a gente desbravou o mato que era a internet no início dos anos 2000.

Você pode encontrar o Victor no Twitter, em @amobrejas e no Instagram, em @vicaobaker.

Esse é o último episódio do Pãodecast nesse ano, mas eu já estou gravando conversas para o ano que vem. Quer participar? Envie uma mensagem e vamos combinar um dia.

Episódio 9 – com Guilherme Novello

O Guilherme e eu tiramos a noite pra conversar sobre sonhos (aquele tipo que a gente tem quando dorme).

Você pode seguir o Guilherme no Twitter e no Instagram.

A primeira temporada do Pãodecast acaba no próximo episódio. Se você quer conversar sobre alguma coisa, a nova temporada chega em algum momento do ano que vem. Me envie uma mensagem e vamos marcar nossa conversa. ☕️

Episódio 7 – com Manuela Neri

Eu e Manu falamos sobre como é se virar morando sozinho, e como é impossível fugir de baratas voadoras.

Você pode encontrar a Manu no Twitter.

(Desculpem pela falta de voz nos créditos, eu tava um pouco doente!)

Esse episódio foi produzido por Arthur Freitas. A trilha-sonora é do Blue Dot Sessions. A ilustração do Pãodecast foi feita pelo Raul Fontoura.

Se você quer participar de um episódio e conversar sobre qualquer coisa, envie uma mensagem!

Episódio 6 – com Erê Carvalho Zimmer

A gente começou conversando sobre pastel, depois conversamos sobre música e finalmente conversarmos sobre a arte de flertar.

Você pode encontrar o Erê no Twitter e no Instagram.

O Pãodecast é produzido por Arthur Freitas, a trilha-sonora é do Blue Dot Sessions, e a ilustração foi feita pelo Raul Fontoura.

Quer fazer parte de um episódio? Envia uma mensagem!

Episódio 4 – com Cássio Fagundes

Era um pouco tarde da noite quando eu e o Cássio paramos pra conversar. Eu tava trabalhando. Ele tava lavando louça.

O Cássio não tá por aí na internet, mas ele pediu pra avisar que se quiser falar com ele, procura na praia.

O Pãodecast é produzido por mim, a trilha-sonora é do Blue Dot Sessions, e a ilustração foi feita pelo Raul Fontoura.

Quer fazer parte de um episódio? Me envie uma mensagem! Vamos marcar :)

Você pode assinar o Pãodecast no Apple Podcasts, Spotify, Pocket Casts ou no seu player favorito com o RSS.

Episódio 3 — com Eduarda Ellwanger

Eu e a Eduarda falamos de família e o que é se sentir em família.

Você pode encontrar a Eduarda no Twitter e no Instagram.

O Pãodecast é produzido por mim. A ilustração é do Raul Fontoura e trilha-sonora é do Blue Dot Sessions.

Quer fazer parte de um episódio? A gente tem mais uma vaga para a primeira temporada, mas já estou começando a organizar os entrevistados da segunda! Nos envie uma mensagem.

Você pode assinar o Pãodecast no Apple Podcasts, Spotify, Pocket Casts ou no seu player favorito assinando o RSS.

Episódio 2 — com Raul Fontoura

Eu e o Raul começamos conversando sobre os jogos que nós gostamos, depois sobre game design. Quando a gente viu, estávamos conversando sobre as escolhas que tomamos na vida. E o episódio é bem divertido de ouvir por causa disso! Eu até mudei a nomenclatura dos episódios e deixei só o nome do convidado, pra tirar a ideia de que a gente conversa sobre algum tema em específico. A gente conversa sobre vários, e é a conversa que interessa.

Você pode encontrar o Raul no Twitter (@raulranma), no itch.io e no Tumblr.

Esse episódio do Pãodecast foi produzido por mim. A ilustração é do entrevistado, o Raul, e trilha-sonora é do Blue Dot Sessions.

Você pode assinar o Pãodecast no Apple Podcasts, Spotify, Pocket Casts ou no seu player favorito assinando o RSS.


A primeira temporada do Pãodecast vai ter dez episódios. Eles são quinzenais, e saem nas quartas-feiras. Ainda há alguns episódios vagos, se você quiser conversar comigo sobre qualquer coisa (até mesmo sobre nada), envie uma mensagem pelo email mesa {arroba} paomortadela.com.br ou uma mensagem de voz clicando aqui.

Episódio 1 — Tainara Fraga

Esse último sábado eu sentei com a minha amiga Tainara pra finalmente tirarmos do papel uma ideia que tivemos no ano passado: nós gravamos o primeiro episódio do Pãodecast, um podcast de conversas.

A ideia é bem simples, na verdade. Todo o episódio é uma conversa de quinze minutos com um convidado, sobre qualquer coisa que eles tenham em mente no momento. Eu queria que o primeiro episódio fosse com a Tainara, porque tive a ideia com ela e parecia certo começar dessa forma. A gente conversou sobre relacionamentos, e como foi terminar um namoro de muito tempo no meio da quarentena. É menos triste do que parece, espero que gostem!

Esse episódio do Pãodecast foi produzido por mim. A ilustração é do Raul Fontoura e trilha-sonora é do Blue Dot Sessions.

Você pode assinar o Pãodecast no Apple Podcasts, Spotify, Pocket Casts ou no seu player favorito assinando o RSS.


A primeira temporada do Pãodecast vai ter dez episódios. Eu ainda não defini se serão quinzenais ou semanas (depende de como for o ritmo da minha edição deles, hehe), mas eles vão sair nas quartas-feiras. Ainda há alguns episódios vagos, se você quiser conversar comigo sobre qualquer coisa (até mesmo sobre nada), envie uma mensagem pelo email mesa {arroba} paomortadela.com.br ou uma mensagem de voz clicando aqui.

The Next Picture Show é o meu podcast sobre filmes favorito

Quando eu trabalhava numa agência, em 2012, minha melhor companhia de trabalho eram os podcasts. Eu escutava vários, sobre temas totalmente diversos. Naquela época o Seu Felipe tinha uma comentando séries (durou três inesquecíveis episódios), o Nerdcast reinava soberano e um bando de sites de humor começavam a publicar seus primeiros episódios.

Já faz um tempo que eu não trabalho numa agência, e os podcasts acabaram ficando para trás. Nas últimas semanas, porém, o mundo recebeu The Next Picture Show. E meu iTunes voltou a ter algo pra assinar.

O The Next Picture Show não é revolucionário como Serial e This American Life em criar narrativas. Pelo contrário, ele volta ao formato de programa de rádio extendido com uma mesa de pessoas discutindo um tema sob diferentes perspectivas. Vindo das cinzas do The Dissolve, o melhor site sobre cinema que a Internet jamais permitiu sobreviver, o The Next Picture Show reune a antiga equipe de editores do site para voltar a discutir filmes do jeito inteligente, questionador e divertido pelo qual eles foram cultuados no Dissolve.

The Next Picture Show traz do Dissolve a ideia de “filme da semana”, em que os editores discutiam, durante cinco posts entre segunda a sexta, um filme sob temas diferentes. Desde Toy Story até Cidade de Deus, o filme da semana resultou em ensaios fantásticos sobre os mais variados filmes — e fazia considerações interessantíssimas sobre elementos que são facilmente perdidos numa assistida, mas os olhos atentos do Dissolve sempre os expunham para os leitores, que incrementavam tudo com excelentes discussões.

O filme da semana, no The Next Picture Show, divide espaço com um filme recente. Todas as semanas, dois episódios tratam de observar e contextualizar filmes recentes com filmes mais antigos, afim de encontrar semelhanças, discordâncias e como filmes feitos com décadas de diferença mudam a nossa visão de outro filme. Desde uma mesma franquia, como Star Wars: Uma Nova Esperança e Star Wars: O Despertar da Força, até filmes que conversam tematicamente, como Todos os Homens do Presidente e Spotlight: Segredos Revelados.

Com uma linguagem engajada e conversas apaixonadas, Scott Tobias, Tasha Robinson, Keith Phillips, Rachel Handler e a produtora Genevieve Koski trazem o clima de cinefilia e paixão pelos filmes que o Dissolve sempre conseguiu exalar tão bem. The Next Picture Show vai ser um ótimo companheiro para seu trabalho, sua noite ou seu caminho de volta para casa. Mais que isso, porém, ele também é um bom lugar para se discutir cinema com inteligência.

The Next Picture Show pode ser assinado pelo iTunes ou por RSS.

Projeto Humanos: histórias do cotidiano

Ivan Mizanzuk é designer, com mestrado em filosofia/sociologia e doutorado em tecnologia e design. Mas nada disso importa aqui. No maravilhoso mundo da internet ele é apresentador do Anticast e idealizador do Projeto Humanos.

O Projeto Humanos traz histórias do cotidiano em formato de storytelling. Nele, Ivan entrevista seus convidados que contam alguma história marcante de suas vidas. No piloto Bom de Briga, por exemplo, seu pai, Emerson Mizanzuki, volta aos tempos de moleque e narra a maior surra que já levou.

O programa está lindo, com uma edição muito cuidadosa e uma narrativa cheia de energia e sensibilidade. É uma ótima dica para quem gosta de ouvir uma boa história!