A cerimônia de abertura do Kinoforum
O Gui comentou mais cedo como o Pão vai cobrir o Kinoforum esse ano, vocês estão convidados a acompanhar na tag!
E daqui a instantes começa a cerimônia de abertura do festival, que vocês podem conferir acima.
O Gui comentou mais cedo como o Pão vai cobrir o Kinoforum esse ano, vocês estão convidados a acompanhar na tag!
E daqui a instantes começa a cerimônia de abertura do festival, que vocês podem conferir acima.
Começa hoje o 31° Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, e você pode assistir aos filmes selecionados pela curadoria de forma gratuita entre os dias 19 e 29 de agosto pela Innsaei (www.innsaei.tv). Assim como em 2020, todas as atividades do festival acontecerão de maneira online.
Os festivais costumam a ser um ponto de encontros e trocas entre realizadores e pessoas interessadas nos filmes, encontros quase sempre motivados pelos afetos e por uma sensação de comunidade e pertencimento - recriar esses ambientes de maneira online certamente foi um grande desafio para as equipes de produção destes eventos após a chegada da pandemia. O modelo adotado pelo Kinoforum foi um dos mais interessantes pela universalidade de acesso às atividades, garantindo uma visibilidade ainda maior para os filmes selecionados, uma vez que extingue às barreiras físicas.
Em 2021 o catálogo será disponibilizado como no ano passado, com sessões liberadas a cada 24 horas do dia 19 ao dia 26 de agosto - e do dia 26 ao dia 29 deverá estar inteiramente disponível com livre acesso e navegação entre todas as sessões. São 200 curtas-metragens de todos os continentes, selecionados a partir de uma ampla diversidade de territórios, estéticas e visões. Você poderá acompanhar o festival conosco, se quiser ter um guia na ajuda para decidir o que assistir poderá recorrer aos nossos textos sobre as mostras, que serão postados entre os dias 26 e 27.
Acompanhar o festival e trazer algumas impressões através dos textos foi a forma que encontramos de extravasar essa necessidade dos encontros e dos afetos (antes referida), de assistir e discutir os filmes entre amigos. Esperamos que os nossos leitores possam sentir esse carinho ao acompanhar conosco mais uma edição deste festival tão importante para o curta-metragem.
Seleções especiais da programação também estarão
disponíveis nas seguintes plataformas:
Tamanduá - de 20 a 29 de agosto exibe os filmes
selecionados para a Competição Brasileira
Sesc Digital - de 20 a 29 de agosto exibe uma seleção
especial de filmes
Spcine Play - de 23 de agosto até novembro, exibe uma
seleção especial de filmes
Meu tipo favorito de link é aquele sobre um assunto tão específico que é interessante tanto pelo assunto em si quanto pela curiosidade que levou até ele.
Esse texto do New York Times é uma volta ao mundo maravilhosa: como são os tons de embarque/desembarque dos metrôs em diferentes cidades. A de Paris é bem comum, acho que porque a gente ouve ela em vários filmes que se passam na cidade, mas eu acho tanto a de Toronto quanto a do Rio um charme. São pontuações bonitas pro nosso dia-a-dia.
O bacana do artigo (além da direção de arte) é a história de alguns desses sons.
In Paris, a simple “A” note plays as the doors shut. This is also a throwback, a sound that mimics the vibrations of a mechanical part that is no longer in use on any of the system’s trains. “But for a half century Parisians and visitors alike became used to that sound, so we decided to keep it, and recorded a synthesized version,” said Song Phanekham, a communications manager for the Paris transit system. “It’s a tribute to the heritage of the Paris Metro.”
In Tokyo, each station has its own custom jingle to signal departures. In Rio de Janeiro, the subway’s door chime pays homage to bossa nova. In Vancouver, the doors still close to a three-note sound that was recorded in the 1980s on a Yamaha DX7. (“The hallmark of any mid-80s pop song,” said Ian Fisher, manager of operations planning at British Columbia Rapid Transit Company.)
O artigo, que acompanha a “coleção de sons” de Ted Green, me lembrou da linda banalidade do dia-a-dia, algo que eu sinto falta agora que eu passo dias inteiros dentro de casa. Essa passagem me pegou:
“I think the appeal is the simplicity,” Green said. “You wonder, how can there be so many different variations of beeps? And then you listen, and they’re all so different.”
Quando eu ia a pé para o trabalho, eu gostava de não usar fones de ouvido porque tem algo no som da cidade naquela hora da manhã que me atraía. Ainda dava para ouvir o som dos pássaros enquanto os ônibus chiavam na João Pessoa.
Se você quer cair em um vórtice sobre esse assunto específico, esse canal do YouTube possui vários vídeos (alguns gravados pelo próprio Ted Green) com bipes e sons de vários trens ao redor do mundo.
A maioria dos jogos que eu me interesso no computador são independentes ou “experimentos de jogabilidade”. Não tem nenhum motivo poético aí: eu cresci em uma casa onde o único computador era o do trabalho do meu pai, e poucos jogos rodavam naquele gabinete da IBM com um processador Pentium 2. Meu pai, inclusive, gostava de jogos de aventura de apontar-e-clicar, então a gente não tinha nem iniciativa de ter um computador melhor para rodar os jogos mais pesados, a gente precisava aguentar jogar The Sims 1 quando TS2 já tinha sido lançado.
Isso guiou bastante o meu acesso e o meu gosto por jogos com o passar do tempo. Quando eu finalmente tive um computador um pouquinho melhor, ele ainda estava a alguns anos de distância de jogos mais modernos. Eu joguei Half-Life 2 em 2008, por exemplo — quatro longos anos depois do seu lançamento. A Steam tava crescendo muito nessa época, e com ela a explosão do acesso mais fácil a uma cambada de jogos menores. Existe todo um ecossistema de “jogos mais curtos e com gráficos piores” por trás dos blockbusters de Call of Duty e Battlefield, e foi esse ecossistema que eu aprendi a explorar por muitos anos em promoções da Steam e recomendações de amigos com as mesmas limitações tecnológicas que eu.
Hoje eu sou um usuário de Mac, o que é um beco sem saída: embora ele seja excelente para trabalhar com aquilo que eu preciso, ele não é muito poderoso nem tem uma oferta de jogos muito grande.
Mas tem algo fascinante aparecendo agora. Graças ao Apple Arcade, lançado no final de 2019, o Mac tá recebendo um fluxo constante de jogos novos. Toda a sexta-feira, o serviço de assinatura lança um jogo novo que roda em qualquer dispositivo suportado da Apple (do iPhone à Apple TV, passando pelo Mac e pelo iPad). E, por causa das limitações tecnologicas dos sistemas da Apple — por mais poderosos que sejam seus processadores, sua performance na hora de lidar com gráficos complexos não se compara a placas de vídeo dedicadas —, o Arcade está criando um ecossistema muito semelhante àquele que a Steam gerou nos anos 2000: estúdios ganharam um lugar para lançar seus jogos estranhos e que provavelmente não têm nenhum apelo de publicidade.
Eu amo esses lugares. O Wii tinha algo semelhante com o WiiWare, e o Xbox 360 tinha com o seu próprio Live Arcade. Ecossistemas assim oferecem jogos mais baratos, e por serem mais baratos eles se arriscam mais. Grandes títulos saíram de lugares assim, como os clássicos World of Goo e Dear Esther.
Agora, com o Apple Arcade, eu tô tendo a chance de descobrir jogos maravilhosos de novo. Eu já falei aqui de uns, como The Last Campfire e Populus Run, mas tem também WHAT THE GOLF? e Skate City e Alba e versões “definitivas” (sem compras adicionais) de Alto’s Odyssey e Monument Valley.
É uma pena que, como o Apple TV, o Arcade sofra da exclusividade que a Apple coloca nesses serviços. Eu quero muito poder recomendar um jogo como The Pathless ou Skate City para meus amigos, mas não posso porque eles não usam um Mac ou um iPhone, e eu acho essa limitação contra o espírito dos jogos que o Arcade oferece. Esses jogos contam histórias mais diversas do que as grandes produções da Microsoft ou da Sony, ou exploram temas mais difíceis como o luto e a gentrificação, e estando isolados em plataformas tão caras impedem que eles provoquem o barulho que podem.
Isso está mudando aos poucos: jogos do Arcade parecem ter um período máximo de exclusividade antes de aparecerem em em outras plataformas, e ele tá se transformando no meu jeito favorito de descobrir os jogos que quero comprar no meu Switch. Sayonara Wild Hearts e Cozy Grove e The Last Campfire são títulos que joguei muito no último ano, e que descobri primeiro no Mac e, de tanto gostar, queria levar eles para qualquer lugar no meu Switch. Da mesma forma que o streaming fez maravilhas para a diversidade da minha coletânea de filmes, o Arcade tá expandindo ainda mais a minha coleção de jogos. Esse é um espírito bacana de manter e de se inspirar.
Blob Opera é um experimento de aprendizado de máquina de David Li junto ao Google Arts and Culture, em que quatro vozes são moduladas pelo mouse do usuário para criar sons semelhantes aos cantores de Ópera.
Se você clicar no ícone do planeta no canto inferior direito da tela e escolher alguma outra casa de ópera, você pode escolher assistir os blobs tocando algumas composições famosas. Em Paris tem a belíssima Gymnopédie no. 1, mas a minha favorita é a canção de ninar zulu na casa de ópera da África do Sul.
Existe a possibilidade de eu ter passado tempo demais brincando com isso na hora do almoço.
No ano passado, graças à dedicação de algumas pessoas, realizamos a cobertura do 31° Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Foi uma forma de, em plena pandemia, mantermos o diálogo sobre cinema com amigos que compartilham desse interesse. Nada além do que já fazíamos anteriormente, porém com a missão de transmitir essa paixão para os nossos leitores e registrarmos nossas impressões sobre os filmes através dos textos.
O legal disso tudo é que funcionou muito bem, quase que de maneira intuitiva (com algum esforço mínimo de organização, é claro), pois as pessoas que toparam esse desafio tinham visões muito distintas e plurais sobre cinema. Nos dividimos através das mostras e nos esforçamos para falar do máximo de filmes possíveis, além de termos tentado trazer, também, visões mais gerais sobre a programação. Apesar das nossas limitações, que eram muitas, afinal o festival contava com 212 curtas no catálogo (e nós éramos apenas quatro pessoas), conseguimos fazer um trabalho muito especial, que registrou de uma forma muito íntima e pessoal, sem perder em objetividade, as nossas percepções sobre o festival - um tipo de linguagem e aproximação com o leitor que é característico do Pão, e que sabemos interessar a quem acompanha o blog.
Em 2021 resolvemos nos lançar nesse desafio mais uma vez. Inclusive, estamos atrás de pessoas que tenham interesse em se juntar a nós, acompanhando esse queridíssimo festival e expressando suas ideias sobre o evento, e os filmes, através dos textos. Se você tem esse desejo, e quer nos ajudar a fazer uma cobertura ainda mais completa e plural do Kinoforum, entre em contato conosco através do e-mail: [email protected].
É uma alegria imensa poder acompanhar e participar, de alguma forma, de um festival que a gente tanto gosta e admira - vale lembrar que a Associação Cultural Kinoforum é uma das grandes referências no mundo quando o assunto é a difusão e preservação do curta-metragem. Além das mostras e atividades relacionadas aos filmes e realizadores presentes, o festival ainda conta com oficinas e atividades voltadas a reflexão cinematográfica.
Através do site você pode conferir os filmes selecionados (ainda não organizados em mostras), navegar pelos eventos anteriores e fazer a sua inscrição nas oficinas e atividade oferecidas pela organização do festival: http://www.kinoforum.org.br/.
O fotógrafo Jan Langer fez retratos de pessoas centenárias no estilo de fotos que elas tiraram setenta ou oitenta anos antes para seu projeto Faces do Século.
Se você clicar no ⓘ embaixo de cada uma das fotos você pode ler uma pequena biografia da vida do retratado, sua antiga ocupação, seu relacionamento com a família. São histórias de pessoas que sobreviveram as duas guerras mundiais, a era espacial, a guerra fria, e viram a era da computação começar.
Segundo Langer, a República Tcheca possui 1.200 pessoas com mais de cem anos, mas esse número deve aumentar para 14 mil nas próximas décadas. A idade média do mundo parece crescer conforme a perspectiva de vida aumenta também, e mesmo assim vemos muito pouco sobre como é a vida quando se atinge esse estado centenário.
Esse artigo da Rebecca Mead para o The New Yorker é sobre uma cacatua que aparece em um quadro renascentista do pintor Andrea Mantegna de 1496.
A curiosidade da autora é fascinante: a espécie que aparece no quadro “Madonna della Vittoria” habita naturalmente a região da Oceania, o que fez ela questionar “o que a presença desse pássaro revela sobre as conexões entre uma cidade italiana e as florestas distantes além do mundo conhecido pelos europeus”.
É um texto curtinho, mas excelente. Mead observa como os traços da mudança climática estão documentados por toda a parte na arte, quando espécies assim aparecem como intrusas. História da arte é basicamente ecologia forense, e um barômetro do meio-ambiente.