Uma carta de amor a Pokémon

Pokémon fez vinte anos nesse último sábado, dia 27. Fazia anos que eu não enxia meus olhos com tantos dos monstrinhos de bolso que eu sempre amei.

Eu não lembro o ano que eu conheci eles, mas eu lembro que foi no programa matinal da Eliana, e eu perdi o primeiro episódio (eu fui ver ele muitos anos depois, graças à Internet). Comecei no segundo. E, nossa. Aquilo sempre foi demais. Eu revi a primeira temporada de novo essas semanas, e Pokémon, o anime, pelo menos em sua primeira temporada, é realmente muito bom. Os primeiros episódios são excelentes ao criar a mitologia da série, apresentar o básico e depois deixar seus personagens para explorarem o mundo incrível de Kanto. Eu provavelmente posso afirmar que até a segunda temporada, que se passa nas Ilhas Laranja, a série ainda é bastante boa.

Eu nunca fui muito fã dos filmes, porém. Claro: Pokémon, o filme: Mewtwo Contra Ataca e Pokémon 2000: O Poder de Um têm momentos emocionantes, mas por boa parte eles parecem mais “desculpas” para colocar o maior número de pokémons na tela. A exceção é Pokémon 3: O Feitiço dos Unown, um filme verdadeiramente bom. Esses três primeiros filmes, porém, tem como pontos fortes fazerem seus personagens principais serem importantes em um mundo habitado por criaturas muito mais legais que eles, como dragões aquáticos e Charizard. Como as primeiras duas temporadas da série (algo aconteceu na minha vida e eu não vi aa liga Johto na TV), esse é o tempo áureo de Pokémon nas telas não interativas (realmente, é queda abaixo depois disso, Jirashi Realizador de Desejos é talvez o pior filme que eu já vi).

É estranho eu começar esse post em que revelo meu amor por Pokémon falando do anime e dos filmes, certo? Isso porque eu demorei um tempo considerável para colocar minhas mão em um jogo da série. Meu primeiro videogame, um Super Nintendo (❤️) nunca viu os personagens. Eu só fui ver os pokémons nos videogames consideravelmente depois, lá por 2000, quando ganhei meu Nintendo 64 (💖) e um cartucho de Pokémon Stadium 2. Eu não era muito bom nas batalhas (eu provavelmente jamais fiz alguma estratégia naquele jogo), mas eu certamente sou insuperável até hoje nos mini-games (aquele da Chansey, eu faço perfects até hoje). Esse foi, por muito tempo, meu único contato com os jogos de Pokémon.

Eu só fui jogar um jogo da série principal com o lançamento de Pokémon Diamond & Pearl, até hoje meus jogos favoritos da série. Essa quarta geração introduzia, pela primeira vez, recursos completamente wi-fi. Bleh, irrelevante. A melhor coisa, pra mim? Pokémon Diamond & Pearl introduziram os primeiros elementos 3D na série principal. Pra mim, é o estilo visual ideal da franquia até hoje, charmoso e ainda assim nostálgico.

Claro, eu acabei, eventualmente, jogando Pokémon LeafGreen, Pokémon Crystal e, hoje em dia, Pokémon Y. Eu jogo muito esse último, a ponto de as vezes ficar cerca de trinta minutos no banheiro, quando eu realmente podia ter ficado menos de dez. Pokémon tem uma capacidade de prender o jogador na jogatina, e de trazê-lo de volta horas depois, como poucos. Eu sou fiel às minhas visitas diárias e matutinas ao Animal Crossing, mais pela minha necessidade por uma rotina do que por outra coisa. É Pokémon que sempre me chama de volta, toda vez.

Tenho meus problemas com a franquia? Tenho, claro. Realmente acho a história bastante batida, já. Me irrito com a impossibilidade de completar a PokéDex hoje em dia, e na necessidade de ter alguém pra jogar contigo pra que tu complete tarefas básicas do jogo (eu sou bastante solo nos meus jogos, não curto um multiplayer). Mas isso tudo também adiciona ao charme da grandiosidade de Pokémon, e a complexidade de sua mitologia — em sua visão avançada, porque ele é bastante simples e direto se você não gosta de se dedicar — sempre acabaram me reconquistando. Pokémon não precisa de dedicação do jogador, mas se ele o tem, o jogo irá recompensá-lo como poucos aí sabem fazer.

Pokémon faz vinte anos e envelheceu, sim. Mas eu não digo que já passamos de seu tempo. Pokémon X & Y são as renovações necessárias que a franquia deveria passar para chegar a um novo tempo, e parece que ela está disposta a avançar mais lançando Pokémon Go, o sonho de muita gente, em breve. Pokémon sempre será importante para mim, porém, porque ele representa, assim como o Pikachu para o Ash no desenho, a lembrança do companherismo que é tão necessário na infância — e que, por boa parte dela, foram os monstrinhos que me fizeram. E pela sua presença em minha vida hoje. Não diária ou central, como um dia foi. Mas tangencial, e sempre presente. Pokémon vive, ainda bem, porque quero que esses monstrinhos continuem comigo por um bom tempo. E se esse aniversário repleto de novos anúncios (inclusive uma nova geração, Pokémon Sun & Moon) comprova algo, é que eles estão aqui para ficar por mais alguns anos.

Ainda bem. Eu ainda não peguei todos.