Eu sou um fã do canal Great Art Explained no YouTube. Os vídeos nele me ensinam a reapreciar peças de arte que eu sei que são extraordinárias, mas que eu simplesmente concedo que são porque todos dizem que são ou porque são “bonitas”.
A verdade é que uma peça de arte é um processo que se esconde em um resultado. E no caso da Mona Lisa, que se tornou um sinônimo de obra-prima, é fácil de apenas conceder que ela é uma bela pintura a ponto de desvalorizarmos como ela é uma obra-prima em si: ela é o resultado, e o processo, da carreira de um homem que nunca parou de aprender, e que fez alterações nela até o fim de sua vida, aperfeiçoando-a.
Esse vídeo coloca todos os seus feitos – da pose, do sorriso, da composição, até mesmo da anatomia de sua expressão – em um contexto: por que pintar uma mulher “normal” como Lisa foi um ato revolucionário em si; porque eternizá-la contente, quase confiante, é algo quase transgressor; e como ela nos pede para parar e olhá-la, em um mundo que simplesmente colou seu sorriso em todos os cantos possíveis, ela ainda consegue atrair um olhar diferente.
Achei poético que o melhor vídeo do canal é um vídeo sobre a obra-prima definitiva. Além de instrutivo, é emocionante de assistir. Ainda bem que arte existe.