Explorando lugares mágicos em Sky: Children of Light

Journey é um dos melhores jogos que eu já joguei. flOw e Flower, os jogos anteriores da thatgamecompany, são experiências lindas e únicas. Mas Journey sempre foi algo a mais: uma aventura em um deserto infinito que é linda por fora e reveladora por dentro. Uma jornada de autodescoberta como só um jogo consegue revelar.

Uma das melhores coisas que Journey fez foi criar uma experiência multijogador infalível. Não só ela é opcional, ela se baseia em pequenos gestos entre desconhecidos querendo se ajudar. Você não pode falar com seus companheiros, e toda a comunicação é feita através de gestos ou saltos. Não é possível atrapalhar os outros e, se você não quiser ser a companhia de ninguém, é só seguir em frente com sua jornada e deixar os outros para trás.

Em Sky: Children of Light (disponível na App Store), o novo jogo da thatgamecompany, você é uma criança explorando um mundo em sete partes temáticas — uma floresta chuvosa, um templo no meio das nuvens, e assim vai —, tendo que encontrar espíritos antigos que vão te ensinar emoções. Cada emoção alimenta o seu poncho mágico com uma luz ancestral que permite que você voe mais longe. Quanto mais longe você consegue voar, mais áreas você consegue alcançar e explorar, e é onde você pode encontrar mais espíritos para aprender mais emoções, e assim por diante.

Eu estou jogando uma versão de testes do Sky há uns meses, e o que mais me apaixonou nele é que, mesmo sendo um jogo de exploração com objetivos específicos, ele não é um jogo sobre ser bom em algo, e sim em descobrir aquilo que você sabe e aprender coisas novas — e não necessariamente ser o melhor naquilo. Você pode explorar os lugares de Sky com até sete outros amigos ou desconhecidos, em uma experiência não competitiva em que vocês trocam emoções uns com os outros enquanto descobrem ruínas que revelam o passado desse lugar. Saber fazer um pulo diferente ou ter uma capa melhor não é a finalidade dessa interação — você nem sabe qual o nível dos seus companheiros, por exemplo.

E essa exploração vale a pena. Sky parece ser aquele filme imaginário feito tanto pela Pixar quanto pelo Studio Ghibli. Os lugares são volumosos e cheios de vida, e há um cuidado em tudo aquilo parecer vivo e cheio de história. É quase impossível acreditar que é um jogo que está sendo executado em um celular e não no PlayStation 4.

Com um jogo que incentiva que todos podem jogar, é ainda mais legal que Sky seja o primeiro jogo da thatgamecompany que não será exclusivo pro PlayStation. O jogo já está disponível para iPhone e iPad, e em breve será lançado para Android, Windows, macOS e videogames. É bom ver que há grandes jogos sendo pensados para celulares, e eu tô sentindo que esse jogo vai estar ali junto com Monument Valley quando lembrarmos dos grandes jogos feitos pra essa plataforma. É uma experiência especial que eu tô ansioso de ver como as pessoas vão explorar.