Terminei Uma Criatura Gentil do Dostoiévski hoje de manhã. Caramba, como eu senti raiva quando comecei a ler essa novela porque era incrível como o autor consegue desenvolver o mundo do narrador, a personalidade do narrador e a impressão que o narrador tem do mundo que o carca com tanta facilidade. É tão natural e flui tão bem a leitura (eu leio bem devagar) que as vezes eu esquecia completamente como o escritor delimita formalmente a história que ele tá contando.
Minhas reações sobre o livro amadureceram conforme eu ia progredindo (ainda bem), porque Uma Criatura Gentil tá sempre mudando, mesmo que a forma se mantenha a mesma. Primeiro eu fiquei meio 😕 pelo livro ser sobre o marido de uma mulher que se matou. Depois eu fiquei meio 🤔 porque o livro era sobre as impressões do marido sobre a sua esposa, que cometeu suicídio. E acabou comigo bem 😲 porque é um belo retrato de um ser humano desprezível a ponto de ser completamente cego perante a pessoa que vivia junto com ele por todo aquele tempo, tão intoxicado dentro de si mesmo e da sua própria honra que acabou não percebendo a doença da esposa até ser tarde demais. No fim, o livro só confirma todas as impressões que o narrador tenta evitar que tu tenha com aquelas explicações egocêntricas.
Que baita livro, esse. Minha próxima leitura acho que vai ser… não sei. Preciso de uma sugestão.