Space Age: A Cosmic Adventure

Space Age parece tanta coisa que as vezes ele mesmo não sabe o que é. É um jogo com o visual dos jogos de aventura dos anos 1990. Ele se inspira naqueles desenhos animados futuristas dos anos ’70, e é o que as desenvolvedoras andam chamando hoje de “jogo rico em história” (seja lá o que isso quer dizer). Nessa confusão toda, porém, Space Age tem momentos excelentes.

Um jogo de aventura com momentos de combate em um esquema que parece aqueles jogos de estratégia em tempo real (selecione um conjunto de unidades e realize ações em grupo), Space Age ganha mais em seus momentos iniciais, quando exploramos um planeta alienígena com nossa equipe de pesquisadores. Isso porque, além de nós descobrirmos o mundo do jogo, nós também descobrimos como ele funciona e quem nos é importante. É um início mágico, onde o jogador se empolga tanto quanto os exploradores.

Space Age se perde mais pro meio, quando a chamada grande narrativa cinematográfica começa a pesar. Embora o roteiro não decepcione, Space Age simplesmente se perde no meio de um monte de coisa que ele quer ser, e os personagens que antes pareciam interessantes ao explorar o Kepler-16 agora são só um bando de referência de outras obras. Isso incomoda, não muito (é tipo quando tu percebe que Star Wars: O Despertar da Força é quase igual Uma Nova Esperança). Isso te tira da história que antes parecia bacana e que tinha aquele ar de descobrimento e fascínio.

Pelo preço, porém, Space Age é uma boa experiência. Um joguinho que emula tanta coisa de outras épocas que as vezes parece sem personalidade, mas bastante charmosinho. O jogo é curto — umas três, quatro horas e você encerra a narrativa —, mas por uma boa parte ele surpreende por quão bem fechadinho ele é.

Space Age é bonito, vale o preço e, por instantes, é genial. Por outros é bastante mediano. Mas poxa, na telinha do celular a “aventura cósmica” fica um charme. Dê uma chance.