Home Sweet Homepage

Home Sweet Homepage é um gibi digital escrito e desenhado por Amy Wilbowo sobre como foi crescer online na época em que a gente fazia “homepages” no GeoCities ou no Trypod. É uma graça, e me fez lembrar de quando eu criei MSN Space pra falar sobre Spore (o site, que virou um blog um tempo depois, ainda existe).

Se você preferir (ou precisar), a autora oferece uma versão em texto aqui.

Minha dieta cultural nas últimas semanas

Eu ando sumido por aqui. Não só aqui, na verdade. Eu não ando escrevendo. Isso tem sido um problema que eu tô levando pra terapia já faz uns meses. Pode ser um punhado de coisas — eu suspeito que seja o conjunto dessas coisas, com uma confusão amorosa, o calor (que me tira a inspiração) e a reforma do meu apartamento.

Então eu resolvi dar um jeito nisso. Eu posso não ter muito o que escrever por aqui mais (pelo menos eu acho que não), mas eu posso oferecer uma pequena atualização do que eu ando assistindo e lendo e jogando. Algo bem breve. Talvez esse pequeno exercício me inspire a escrever mais. Eu tô torcendo pra que isso funcione.

Se você assinava A Baguete há uns anos atrás, já conhece o formato desse post. Depois dessa pequena introdução, vem uma lista com filmes, séries, jogos, livros e (as vezes) músicas que eu gostei nas últimas semanas. De vez em quando eu coloco alguns links interessantes que eu achei também. Vamos começar.


Pela primeira vez em muitos anos eu não fiz aquela “corrida do Oscar” que eu costumava fazer em janeiro e fevereiro. Eu não procurei a maioria dos filmes indicados para assistir. Eu decidi me comportar como um ser humano normal e assisti os filmes que mais me interessavam, e eu não me arrependo muito de ter feito isso? Eu já tinha assistido Ataque dos Cães na Netflix no ano passado e Mães Paralelas nos cinemas (e agora está na Netflix também).

Fora esses, eu queria muito ver Licorice Pizza, que estreou nos cinemas brasileiros em fevereiro e é um arraso — tem toda aquela energia que os filmes do Paul Thomas Anderson têm, repleto de vida e de movimento. Mas os destaques pra mim foram os dois filmes estrangeiros que conseguiram algumas indicações aqui e ali: o magnífico Drive My Car (nos cinemas, e a partir de hoje na MUBI) e o estonteante A Pior Pessoa do Mundo, que tá nos cinemas e eu não posso recomendar um filme mais do que esse.

Minha verdadeira paixão nesse início de ano, porém, foi com Sempre em Frente, o novo filme do diretor Mike Mills (eu escrevi sobre o filme anterior dele, Mulheres do Século 20), um filme bem pequeno sobre um homem cuidando do sobrinho enquanto entrevista crianças e jovens para seu programa de rádio. É belíssimo, e tem a minha sequência favorita do ano por enquanto — ele lendo o livro Star Child da Claire A. Nivola enquanto as memórias que os dois fizeram juntos vão sumindo lentamente. É maravilhoso.

Além dos filmes, eu sigo firme e forte na minha maratona de Plantão Médico na HBO Max (eu escrevi ano passado sobre como essa série ainda é impressionante de assistir). Também na HBO, minha série favorita do ano até aqui é a Estação Onze. Talvez eu tenha que rever ela. Ela fazia meus sentimentos parecerem grandes e pequenos ao mesmo tempo.

Eu ando assistindo muita coisa na Apple TV+, o que é um saco porque é chato de recomendar um serviço tão específico assim. Mas tá cada vez mais difícil contornar essa situação. A Apple TV+ tá com algumas das séries mais interessantes no ar atualmente: eu continuo amando assistir Central Park por lá, mas o verdadeiro arraso é Ruptura, sobre os funcionários de uma empresa que passaram por um processo médico que faz as memórias da vida pessoal e do trabalho se separarem, criando essencialmente duas pessoas no mesmo corpo. Quando eles estão na empresa, eles não lembram nada da vida pessoal deles fora dali; quando eles saem do turno de trabalho, eles não lembram nada do que aconteceu lá dentro. É brilhante.

Em termos de jogos, eu me arrisquei um monte em Elden Ring, que é um arraso de construção de mundo e de jogabilidade. Não é meu estilo de jogo (eu já sou ruim em jogos fáceis, imagina num assim), mas eu amo como a jogabilidade profunda que os jogos da FromSoftware oferecem é tão enriquecido com o mundo aberto.

Eu ando jogando mesmo é o Paper Mario original no catálogo do Nintendo 64 no Switch. Eu amo esse jogo e, mesmo que os visuais tenham envelhecido muito (o Paper Mario: The Origami King de 2019 é de uma beleza estonteante), a história ainda é uma das minhas favoritas dos jogos. Todos os personagens são muito carismáticos, e o humor é uma delícia. Mais jogos deviam ser bem humorados.

Meu maior destaque em jogos, porém, vai pra Tunic (Xbox, Game Pass e Windows/Mac), que provavelmente vai ser o meu jogo favorito do ano. Ele é tipo Zelda, tipo Dark Souls, mas é completamente único também. Um jogo de ação-aventura que explora o legado do próprio gênero enquanto contorce suas regras de jogabilidade pra criar algo único. Você só vai lembrar de jogos como A Link to the Past enquanto joga Tunic pra perceber como esse jogo faz você sentir que está se deparando com outra obra-prima. Não tem elogio melhor que esse.

The Lightning I, II

Eu amo esse momento. Mensagens estranhas começam a aparecer na internet. Algumas pessoas ao redor do mundo encontram cartões postais com pistas de locais, de dias e de horas. As pessoas se reúnem nos fóruns dos fã-sites do Arcade Fire e começam a especular. É como se estivesse no ar — vem música nova por aí.

E veio. Depois de aparecimentos estranhos nas caixas de correio dos fãs, de partituras espalhadas por Nova Orleans e Montreal, o Arcade Fire finalmente divulgou sua primeira música inédita em cinco anos, desde o lançamento de Everything Now: The Lightning i, ii. E é o Arcade Fire que eu gosto.

Definido como um hino aos que ficaram em quarto lugar, The Lightning é o tipo de música que tornou o Arcade Fire em uma das maiores bandas norte-americanas hoje: fazendo grandes declarações sobre nossos sentimentos mais íntimos e pequenos, criando uma sensação de comunidade com seus ouvintes. Em The Lightning, é aquele sentimento de falha — de que a gente espera por aquele momento em que tudo vai acontecer, e as vezes as coisas não dão certo. “Some will win, some will lose when the lightning comes”. Eu não sabia que eu precisava de companhia nesse sentimento de medo e incerteza e fracasso. Mas como a saudade e o luto, o Arcade Fire tornaram essa angústia em algo que a gente pode cantar bem alto até que ele fique um pouco menor. A minha banda favorita tá de volta.

A banda anunciou seu novo álbum junto com o lançamento da música. WE, o sexto disco do Arcade Fire, vai ser lançado em 6 de maio. O título do álbum vem do título do romance distópico russo “Nós”, de Yevgeny Zamyatin.

The Lightning I, II já está disponível no Spotify e no Apple Music, onde vocë pode salvar WE na sua biblioteca para ouvir assim que for lançado.

Bidoof vai te ajudar a se concentrar

Bidoof é o meu Pokémon favorito. Ele é inspirado no meu animal favorito, o castor. Ele é ao mesmo tempo um pokémon inútil e um dos mais úteis. Isso porque, embora ele não seja muito útil para batalhar (o principal objetivo de um pokémon nos jogos), ele é muito útil para te ajudar a navegar pelo mundo. Bidoof pode mover obstáculos e cortar caminhos. Quando eu jogo Pokémon Diamond/Pearl, Bidoof é a minha primeira captura, e o único pokémon que fica na minha equipe do início ao fim do jogo. Bidoof é um bom companheiro.

Nesse último ano, a The Pokémon Company andou apreciando o Bidoof. Em parte por causa do lançamento de Pokémon Brillant Diamond & Shinning Pearl, o remake dos jogos que introduziram Bidoof ao mundo, e de Pokémon Legends: Arceus, que se passa na mesma região onde ele é encontrado. Também porque Bidoof acabou encontrando uma leva de fãs ultimamente justamente pelo seu charme e companheirismo. Teve animação especial, tributos nos jogos e tudo o mais. Bidoof é amado.

A homenagem mais recente ao melhor dos pokémons é Bidoofwave, um vídeo de 9 horas de música relaxante para estudar ou se concentrar (por algum motivo, TPC não quer que eu incorpore o vídeo aqui). É um sonzinho bem bacana, que muda lentamente conforme a duração do vídeo (o vídeo em si é só um clipe de uns cinco segundos se repetindo constantemente), e eu tô curtindo ouvir enquanto faço umas coisas maçantes no trabalho. Bidoof é um ajudante.

Além do vídeo no YouTube, a Pokémon Company também colocou a trilha-sonora da minha vida em um disco no Spotify.

As melhores correntes de reblog do Tumblr

O Tumblr está fazendo quinze anos nesse mês de fevereiro. Para celebrar, a equipe decidiu homenagear as melhores correntes de reblog que aconteceram na plataforma nesse tempo através de reblogs (claro) no blog best-of-reblogs. É surreal de tão bom.

Se você não participou do Tumblr nos tempos áureos de 2010—2015, pode não saber o que é uma cadeia de reblogs, e deixa eu te explicar: é a melhor coisa que uma rede social já conseguiu criar. No tumblr, cada post pode ser “reblogado”. Se você postou algo que eu gostei, eu posso reblogar no meu próprio blog e adicionar alguma contribuição. Algumas vezes, os reblogs acontecem por dias ou meses e as vezes até anos, criando uma cadeia de reblogs de colaboração, geralmente muito bem humoradas e as vezes muitíssimo informativas.

O best-of-reblogs compila algumas das melhores cadeias de reblogs. Tem essa, em que os membros do site levam o aviso de uma placa às últimas consequências; ou essa que eu só posso classificar como “copypasta”, de tão absurda. Tem também essa excelente classificação de tipos de comida usando sua forma.

Mas o meu favorito no best-of-reblogs é a dos números ímpares, e a destruição completa da minha sanidade conforme eu fui lendo. Eu vou me dar ao trabalho de reproduzir ela aqui na íntegra, porque eu não quero enlouquecer sozinho.

https://best-of-reblogs.tumblr.com/post/676628163982458880/lily-orchard-thedeathangel2112

O tratamento mal-sucedido de um caso de "bloqueio do escritor"

Esse é o artigo acadêmico The Unsuccessful Self-Treatment of a Case of “Writer’s Block” na íntegra:

Uma página sem conteúdo, apenas o título

É uma piada acima de tudo, mas como foi um artigo publicado ele pode ser citado por outros artigos acadêmicos, e aparentemente ele já foi citado mais de cem vezes.

O próprio artigo da Wikipédia sobre ele não se aguenta de fazer umas piadinhas.

(Via Kottke).