Quando você dá um email para uma árvore

People Are Writing Thousands of Emails to Trees

A história é de 2015, mas vale a lida ainda hoje. A cidade de Melbourne criou um endereço de email para cada árvore. A princípio, os emails eram para ser utilizados para a população reportar problemas com as árvores, como galhos caídos, ou raízes expostas, etc.

Acabou que a população começou a enviar mensagens de amor e carinho às suas árvores favoritas:

To: Golden Elm, Tree ID 103714821 May 2015
I’m so sorry you’re going to die soon. It makes me sad when trucks damage your low hanging branches. Are you as tired of all this construction work as we are?

Essa foi enviada por outra árvore, nos EUA:

To: Oak, Tree ID 107054611 February 2015
How y’all? Just sayin how do. My name is Quercus Alba.  Y’all can call me Al.  I’m about 350 years old and live on a small farm in N.E. Mississippi, USA.  I’m about 80 feet tall, with a trunk girth of about 16 feet.  I don’t travel much (actually haven’t moved since I was an acorn).  I just stand around and provide a perch for local birds and squirrels. Have good day, Al

É tão linda a forma que nossa relação com árvores aparece no nosso cotidiano, como a sumaúma que comoveu Belémno início desse ano.

Adrianne LaFrance, no The Atlantic:

These sorts of initiatives encourage civic engagement and perhaps help with city maintenance, but they also enable people’s relationship with their city to play out at the micro level. Why have a favorite park when you can have a favorite park bench?

The trees I have loved do not have email addresses. But if they did, I might take the time to remark on the lovely crook of one question-mark-shaped branch, and the softness of summer maple leaves dappling four o’clock sunlight onto my desk.

“Dear 1037148,” wrote one admirer to a golden elm in May. “You deserve to be known by more than a number. I love you. Always and forever.”

Dolphin is a man’s best friend in Brazil’s South

Amanda Audi, The Brazilian Report:

O golfinho fêmea Caroba teve uma atitude estranha. Nadou até o fim da praia de Laguna (SC) e entrou no rio Tubarão. Foi localizada a mais de 200 km de distância. Alguns diziam que ela bateu numa rede e se perdeu tentando fugir. Outros, que nadou para longe para morrer sozinha.

Uma força-tarefa de pescadores viajou para resgatar o animal. Passaram dias tentando guiar ele de volta pra casa. Falar sobre Caroba era engolir emoção. “Este boto trabalha na nossa região há muitos e muitos anos. Eu tenho 42 anos e o meu pai já pescava com ele”, disse um deles.

Caroba foi encontrada sem vida uma semana depois da fuga. A foto de seu corpo estampou os jornais da região – ela foi publicada borrada, como se costuma fazer com cadáveres humanos. Não se sabe a causa da morte. https://t.co/ASlo6OIJnO

O corpo foi levado de volta a Laguna e enterrado no cemitério dos botos, ao lado da baía onde eles costumam ficar. Cada boto que morre ganha uma cruz com o seu nome. Lá estão Batman, Borracha, Leleco, Tapete, Lata Grande, Prego, entre outros que se foram nos últimos anos.

“Tudo na vida tem um prazo. Para animais e humanos”, disse, melancólico, um morador enquanto prestava homenagem ao lado da lápide do amigo Caroba. “E ainda existe gente orgulhosa, que se acha melhor que o outro, mesmo sabendo que logo todos iremos embora”.

Caroba era um dos mais velhos da antiga prática de pesca com botos de Laguna – um dos raros casos de colaboração mútua entre humanos e animais. Há mais de 150 anos, pescadores e golfinhos trabalham e se beneficiam juntos. Estudos mostram que a relação é exemplo para o mundo.

Os golfinhos “pastoreiam” os peixes e emitem um alerta, então os pescadores lançam a tarrafa (rede pequena), em uma ação coordenada. Assim, os pescadores pegam mais tainhas e os golfinhos não precisam nadar até áreas perigosas para se alimentar –aumentando a chance de sobreviver.

Os chamados “bons botos”, são selvagens, e não há tentativa de domesticação. Mas é inegável que existe um carinho entre os envolvidos. “O meu melhor amigo não é um cachorro, é um boto”, diz um dos pescadores.

Os golfinhos são do tipo nariz de garrafa (o mesmo do Flipper). Aqueles que pulam pra fora da água e fazem gracinha para as pessoas.

A sumaúma que comoveu Belém

Helena Palmquist, SUMAÚMA:

Nas redes sociais, uma moradora definiu: “De madrugada, generosa, não feriu ninguém. A gente chora”. A câmera de vigilância registrou o momento, numa sequência que foi transmitida várias vezes pela televisão e pelas redes sociais. Pelo amanhecer a notícia e a comoção já se espalhavam pela cidade e moradores, primeiro os de perto, depois os de longe, não paravam de chegar, olhando para os restos da árvore, entre tristes e assustados, como se estivessem passando pelo velório de alguém famoso e querido. E estavam.

Tumblelogs

A definição de tumblelogs por Jason Kottke, o maior blogueiro da internet, é fantástica (lá de 2005):

A tumblelog is a quick and dirty stream of consciousness, a bit like a remaindered links style linklog but with more than just links. They remind me of an older style of blogging, back when people did sites by hand, before Movable Type made post titles all but mandatory, blog entries turned into short magazine articles, and posts belonged to a conversation distributed throughout the entire blogosphere. Robot Wisdom and Bifurcated Rivets are two older style weblogs that feel very much like these tumblelogs with minimal commentary, little cross-blog chatter, the barest whiff of a finished published work, almost pure editing…really just a way to quickly publish the “stuff” that you run across every day on the web.