Everything is Alive está de volta

Everything is Alive, o meu podcast favorito, está de volta para sua novíssima temporada entrevistando Adam, um banquinho de sentar.

Esse podcast é perfeito pra quem, assim como eu, assistiu Toy Story muito cedo e desenvolveu uma empatia perigosa por absolutamente tudo ao seu redor. Eu sento devagar no sofá pra não machucar ele, eu limpo a louça com cuidado para elas dormirem bem. Faz muito tempo que eu não acredito que as coisas ao nosso redor não têm uma vida própria e julgam o nosso dia-a-dia, mas resquícios desses pensamentos ainda vivem dentro de mim. E Everything is Alive ilustra isso com entrevistas com esses objetos. São conversas charmosas demais pra descrever, mas eu vou tentar: algumas são engraçadas, como a da jaqueta de couro e a calça jeans, que conversam sobre como seu dono não tem mais idade para vestí-las. Outras, como a do elevador, são de partir o coração.

A melhor dica que eu poderia dar a você nesse início de final de semana é essa. Escute Everything is Alive. Ele me ajudou a ver a beleza daquilo que nos cerca no dia-a-dia. Não tem presente melhor que esse.

Dois links nessa manhã de segunda

Dois links nessa manhã de segunda:

A história não contada de “Back at it again at Krispy Kreme” (nymag.com)

A história do melhor Vine de todos os tempos, com direito à uma investigação detetivesca de onde e porque ele aconteceu.

100 Visões da Maternidade (theluupe.com)

Um ensaio fotográfico curado pelo TheLuupe. São cem fotografias que mesmo assim sugerem que são poucas para conseguir capturar a experiência maternal pelo mundo.

Barry Jenkins: The Gaze

Enquanto filmava a monumental minissérie The Underground Railroad, o diretor Barry Jenkins também começou a trabalhar em The Gaze, um filme não-narrativo que parece existir naqueles momentos dos filmes do diretor em que os personagens extrapolam suas próprias histórias e olham o próprio espectador nos olhos.

In my years of doing interviews and roundtables and Q&A’s for the various films we’ve made, there is one question that recurs. No matter the length of the piece or the tone of the room, eventually, inevitably, I am asked about the white gaze. It wasn’t until a very particular interview regards The Underground Railroad that the blindspot inherent in that questioning became clear to me: never, in all my years of working or questioning, had I been set upon about the Black gaze; or the gaze distilled.

I don’t remember when we began making the piece you see here. Which is not and should not be considered an episode of The Underground Railroad. It exists apart from that, outside it. Early in production, there was a moment where I looked across the set and what I saw settled me: our background actors, in working with folks like Ms. Wendy and Mr. and Mrs. King – styled and dressed and made up by Caroline, by Lawrence and Donnie – I looked across the set and realized I was looking at my ancestors, a group of people whose images have been largely lost to the historical record. Without thinking, we paused production on the The Underground Railroad and instead harnessed our tools to capture portraits of… them.

What flows here is non-narrative. There is no story told. Throughout production, we halted our filming many times for moments like these. Moments where… standing in the spaces our ancestors stood, we had the feeling of seeing them, truly seeing them and thus, we sought to capture and share that seeing with you. The artist Kerry James Marshall has a series of paintings of ancestors for whom there is no visual record but for whom he has supplied a visual representation of their person. For me, most inspirationally, “Scipio Moorehead, Portrait of Himself, 1776.”

[…]

This is an act of seeing. Of seeing them. And maybe, in a soft-headed way, of opening a portal where THEY may see US, the benefactors of their efforts, of the lives they LIVED.

Nook: temas do Animal Crossing no Firefox e no Chrome

Se você já jogou Animal Crossing, você sabe que o jogo têm pequenos temas musicais para cada hora do dia. O das 9h é diferente do das 10h, que são diferentes do das 21h e das 22h. Alguns temas são mais “espaçosos”, outros são mais agitados, tudo depende do jogo e da hora do dia.

Esses temas são perfeitos pra quando eu estou jogando New Horizons, porque o jogo requer ao mesmo tempo um pouquinho de concentração e de criatividade. Por coincidência, o meu trabalho também requer um pouco de concentração e de criatividade ao mesmo tempo, então eu fiquei muito feliz quando encontrei o Nook, uma extensão para o Chrome e o Firefox que executa os pequenos loops musicais de vários Animal Crossing de acordo com a hora do dia.

Eu pessoalmente gosto de ouvir os temas de New Leaf de manhã, eles são mais melancólicos e bonitos. À tarde, geralmente o período mais movimentado do meu trabalho, eu gosto de ouvir as notas acústicas dos temas de New Horizons, que me acalmam. Eu acho um barato, porque a extensão tem algumas configurações muito úteis — eu posso diminuir o volume do tema sem precisar baixar o volume do resto do computador, então eu deixo ele baixinho durante as reuniões. Você também pode ativar a chuva (a música muda quando chove ou neva nos jogos). Você pode até mesmo ativar as músicas do K.K. Slider nas noites de sábado, pra quando você precisa fazer aquela hora extra.

Os postos de gasolina mais bonitos

Via Kottke, que também linka pra esse artigo sobre como postos de gasolina podem ser transformados em coisas melhores quando gasolina e combustível forem coisa do passado, tomara que esse dia chegue logo.

Eu sou apaixonado por postos de gasolina, bonitos ou não. Tem algo muito real nesses lugares pedestres, são estruturas “eternas” para momentos passageiros — muito como um elevador, mas eu tenho medo de elevadores. É estranho, mas eu geralmente vejo postos de gasolina como respiros em cidades grandes. Eles são horizontais, e não verticais como os prédios, eles precisam ter espaço, porque os veículos vão passar bem nom eio deles. E eles são momentâneos: existem para aquele momento que você precisa deles, e depois você vai embora. Tem algo poético e trágico em lugares assim.

Kentucky Route Zero é basicamente sobre isso: aquilo que é trágico e poético porque é passageiro. Ele começa em um posto de gasolina.