Minuto a minuto do dia em que os dinossauros morreram
Há 68 milhões de anos (ontem), os dinossauros tiveram um dia muito ruim.
Adorei o vídeo porque eu certamente nunca tive um dia tão ruim assim, então me deu um pouquinho de perspectiva.
Há 68 milhões de anos (ontem), os dinossauros tiveram um dia muito ruim.
Adorei o vídeo porque eu certamente nunca tive um dia tão ruim assim, então me deu um pouquinho de perspectiva.
Eu tô muito emocionado. Na apresentação, Eiji Aonuma disse que a sequência de Breath of the Wild vai ter seu cenário expandido de Hyrule para os céus.
Tem algo que o time do Aonuma conseguiu nesses trailers que eu simplesmente não sei expressar direito. Eles nos atraem pro seu senso de aventura. Eles querem que a gente vá e explore e descubra tudo o que esse mundo de Zelda tem a oferecer. Esses jogos nos atraem para uma mágica que existe nesses jogos. É como se fosse mágica mesmo.
A sequência de Breath of the Wild deve ser lançada em 2022. Eu acho que, se esse novo Nintendo Switch for real, ele pode ser lançado só quando esse jogo estiver pronto. Zeldas abrem gerações.
Em outras notícias da apresentação da Nintendo na E3, minha lista de compras para o Switch até o final do ano tá assim:
Eu achei que a Nintendo ia anunciar uma coleção de remakes para celebrar o aniversário de Zelda esse ano (a gente sabe que Twilight Princess HD e Wind Waker HD estão parados lá no Wii U), e agosto e dezembro ainda são meses sem nenhum lançamento grande da empresa, então ainda tenho um pouquinho de chance de que isso pode acontecer. Fico feliz que eles mencionaram que Metroid Prime 4 ainda tá em desenvolvimento (eu aposto que esse aí se tornou em um título de lançamento pro novo Switch), e ainda mais contente que o primeiro Metroid em 2D em mais de duas décadas vai ser lançado esse ano. O trailer até chama Metroid Dread de “Metroid 5”.
Enfim, mais um ano sem um relançamento de EarthBound.
Na TV, comédia pode ser filmada de algumas maneiras. As duas mais comuns são os chamados setup de multiplas câmeras (multi-cam setup) e o setup de câmera única (single cam setup). Você provavelmente já viu séries que usam cada uma dessas abordagens, e provavelmente sabe dizer qual é qual instintivamente: as chamadas “sitcom” são geralmente gravadas com várias câmeras em frente à uma platéia. É o caso de Friends e The Big Bang Theory, por exemplo. Já comédias como Fleabag e Ted Lasso são gravadas com uma câmera só, de uma forma mais parecida com um filme.
Nesse texto para o AV Club, Saloni Gajjar comenta como a montagem de Ted Lasso traduz bem a sensação de colaboração do futebol, e das amizades, e como ele cria uma série tão boa de sentir com isso:
Look no further than the first meeting between Ted, Coach Beard, and kit-man Nathan (Nick Mohammed) in the pilot. When Ted and his fellow coach ask the latter for his name, he’s surprised; no one ever asks. Instead of immediately giving an answer, there’s a pause as the camera cuts back and forth between their faces, setting the comedic tone and letting Nathan’s confusion linger (and Mohammed’s performance shine). The joke continues when Ted and Coach Beard see Nathan again and remember his name, and the scene cuts to another look of happy surprise on the kit-man’s face. The Ted Lasso editors build on a similar momentum for every character and running gag. One of the show’s biggest secondary arcs is Roy and Keeley’s romance, and the editors prime us to root for them early on by focusing on their longing gazes, flirtatious parking lot conversations, and when Roy finally asks Keeley out in episode eight (“The Diamond Dogs”).
McCoy and Catoline’s intercuts from the field, to the coaches, to the viewers in the stands and those watching the game at home present the matches in an appealing way to fans as well as viewers not particularly interested in soccer. In the establishing shot of the premiere with the AFC Richmond team practicing on the field, the duo combines close-ups of legs and passes with slow-motion scenes and pans out to catch all the gameplay. These jump-cuts, especially in the finale, generate the necessary energy for high-stakes storytelling. This is true of non-game scenes as well. Two of the show’s most memorable moments—the team celebrating its win by going to a karaoke club in “Make Rebecca Great Again,” and Ted’s game of darts with Rebecca’s ex-husband, Rupert (Anthony Head), in “The Diamond Dogs”—speak to McCoy and Catoline’s remarkable ability to follow the script’s character developments and the actors’ work with their cuts.
Ai, ai. Ted Lasso é muito boa. A nova temporada estreia no mês que vem, e eu mal posso esperar.
Eu escrevi aqui (mais de uma vez) sobre como RSS é bom e como ele melhorou meu dia-a-dia na internet depois que eu voltei a usá-lo. Eu tô prestes a terminar um próximo post sobre ele, mas antes disso eu lembrei que alguns amigos meus me pediram ajuda para começar a usar leitores de feeds, e os tutoriais na internet sobre o assunto geralmente são escritos por entusiastas da tecnologia, que têm um tom um pouco presunçoso. Então eu decidi escrever esse guia bem simples de como configurar um leitor e encontrar seus feeds favoritos.
RSS é uma sigla para “distribuição realmente simples” em inglês, e é isso que ele faz: ele distribui o conteúdo de um site para outros lugares através de feeds, uma lista desse conteúdo que outros aplicativos podem ler e mostrar para o usuário. Um leitor de feeds é esse aplicativo, que consome o feed — o conteúdo dos posts desse site — e o disponibiliza no próprio aplicativo.
Com o RSS, eu posso distribuir o conteúdo do Pão para um leitor RSS. Com um leitor de RSS, você pode receber o conteúdo distribuído por diversos sites em um só lugar. Você decide de quais, você decide quando abrir, e você decide se quer ler ou não.
Digamos que você assina uns dez feeds: alguns blogs, algumas newsletters, e o feed de um jornal, como a Folha de São Paulo. Quando você abrir o seu leitor RSS de manhã, você vai ver as notícias, os novos posts e as edições de newsletters desde a última versão que você abriu em um só lugar. É como se fosse um jornal personalizado. Essa é a mesma tecnologia que distribui podcasts, então se você escuta algum podcast, você já está usando RSS!
Se o número de conteúdos não lidos acumula, você pode achar maçante ter que abrir seu leitor RSS, então eu recomendo que você assine apenas aquilo que realmente importa para você: os sites que você visita com mais frequência durante o dia, ou blogs que você esquece que existem até que o algoritmo do Twitter ou do Facebook finalmente lembre você de ir lá conferir — eles provavelmente postam raramente, então você não vai ficar com muita coisa acumulada.
Se você pesquisar sobre RSS vai encontrar artigos sobre Atom e XML e versões do RSS. Não se preocupe, de verdade! Um leitor RSS está preparado para tudo para que você não se preocupe com isso.
As melhores qualidades da internet de antigamente estão preservadas no RSS: ele é composto por arquivos pequenos, então eles carregam rápido, não consomem muitos recursos do seu computador ou do celular. Isso também significa sem anúncios que ocupam a página inteira, ou que controlam a rolagem do seu navegador enquanto você lê.
Diferente das redes sociais, o RSS não é controlado por algoritmos. É um jeito mais calmo de explorar a internet. A lista de posts é ordenada dos mais recentes para os mais antigos. Quando você marca eles como lidos, eles são arquivados. Você pode acessá-los quando quiser.
Você não precisa ter medo de perder algum conteúdo legal. O leitor não vai esconder posts que você não leu porque você ficou a última semana sem abrir o aplicativo. Ele vai esperar você voltar quando quiser. Se você não quiser ler nada, você pode marcar tudo como lido de uma vez. Se algo te interessa, você pode marcar para ler depois.
RSS é uma tecnologia aberta e gratuita, então existem vários leitores bem diferentes para você escolher e que melhor se adaptam à sua experiência! Alguns oferecem sincronia entre diversos dispositivos, então sua lista de feeds vai estar atualizada entre seu celular e seu computador, por exemplo.
Esses serviços costumam ser pagos, mas você pode optar por ter um leitor RSS só no seu computador ou só no celular, ou receber feeds diferentes em cada dispositivo. E para isso existem várias alternativas gratuitas. Fica ao seu critério como você vai querer usar.
Alguns dos mais populares são:
Todos eles oferecem os mesmos recursos básicos, então é muito mais uma escolha sobre o design do que você mais gosta e se os recursos “extra” te chamam mais a atenção. Eu uso o Feedbin, por exemplo, porque eu posso criar feeds de perfis no Twitter e de canais no YouTube. É muito útil!
Uma ótima alternativa também é o Livemarks, uma extensão para o Firefox que permite que você assine um feed na barra de favoritos do navegador. A extensão cria uma pasta com os links mais recentes do feed e os atualiza na periodicidade que você escolher. Eu gosto muito de usar essa extensão para feeds que se atualizam constantemente, como a Folha de S. Paulo, porque as últimas notícias ficam sempre se atualizando enquanto eu trabalho.
Todos os blogs possuem feeds, e a maioria dos jornais oferecem feeds gerais e específicos. Se você quer receber todas as notícias publicadas no G1 você pode, mas se você quiser receber apenas as notícias de um colunista ou de uma seção (Esportes, por exemplo), o site oferece um feed específico para você só receber o conteúdo daquilo que desejar.
O jeito mais fácil de encontrar um RSS é pesquisar pelo nome do site e o termo RSS no Google. Cada página de escritor no Medium oferece um feed; cada canal do YouTube também.
Para assinar esses feeds, você só precisa copiar a URL da página para o seu leitor. Ele vai escanear a página pelo endereço do feed e assinar. Você pode organizar seus feeds em pastas ou em tags, para deixar tudo arrumadinho.
Seu RSS é algo que você vai construir com o tempo. Você vai descobrir um site legal ou um canal no YouTube interessante, e então você assina o feed. Se você perder o interesse por algum desses feeds, ou se eles postam demais e você se sente perdido, você cancela a assinatura. É tudo muito simples, e você tem o controle sobre tudo.
Como as melhores tecnologias da web, o RSS foi feito para melhorar o seu dia e fazer você se sentir bem. Está na hora de a gente voltar a usá-lo!
E não esqueça de assinar o feed do Pão no seu novíssimo leitor.
Esse é o trailer de Quem é você, Charlie Brown?, um documentário sobre o criador de Peanuts, Charles M. Schulz que vai estrear na Apple TV+ no próximo dia 25.
O documentário vai ser narrado por Lupita Nyong’o e parece bonzão. Eu tô gostando um bocado da leva de produções de Peanuts que tão aparecendo na Apple TV. Eles tem todo o acervo dos desenhos clássicos (com exceção de Snoopy, volte para cara) e Snoopy & Sua Turma é um charme. Se você gosta de espaço e de Peanuts, como eu, Snoopy no Espaço é ótimo. Eu só gostaria de uma série animada da turma mesmo, não só do Snoopy. Quem sabe mais pra frente.
A HBO lançou o trailer do novo filme de Steven Soderbergh, No Sudden Move:
No Sudden Move parece um tipo específico de filme que eu adoro, que é aquele em que tem tanta gente boa no elenco que parte da graça é ver como eles conseguem encaixar o nome de todo mundo nos cartazes e nos trailers. São filmes que, com tanto talento, precisa de muita trama pra fazer render, então os filmes vão pra tudo o que é lado e inventam as desculpas mais improváveis para “acumular” essas atuações. É como ler um baita livro.
Isso acontece direto nos filmes do Wes Anderson também, como em O Grande Hotel Budapeste e no seu novo filme que estreia em Cannes esse ano, The French Dispatch – o filme que eu mal posso esperar pra assistir na minha primeira ida ao cinema depois da vacina:
John Moschitta Jr. era considerado o homem que falava mais rápido no mundo, e para provar tem esse vídeo de 1987 em que ele recita “Bad”, de Michael Jackson, em vinte segundos. A música original tem mais de quatro minutos e meio.
Em contrapartida, esse vídeo acabou de reduzir a velocidade da minha fala porque meu queixo ainda não voltou pro lugar.
Gil, sempre o mestre, em entrevista à Folha:
Desde os grandes produtores de tecnologia de internet, passando pelos consumidores e indo até os órgãos reguladores, todos estão de uma certa forma preocupados.
O Instagram estabeleceu suas regras. O Whatsapp apareceu agora com uma novidade. Todos tentando regulações, chamando o Estado para participar desse processo todo. Você vê, por exemplo, o [Mark] Zuckerberg [presidente do Facebook] tentando melhorar os serviços prestados pela companhia dele, estabelecendo um debate com os órgãos regulatórios para melhorar o atendimento ao consumidor, a questão das fake news. Tudo isso é preocupação permanente de cada vez mais pessoas na sociedade global.
O que se pode fazer é isso. A permanente atenção em relação aos usos dessas tecnologias todas, a avaliação permanente dos resultados desses usos, das correções que vão sendo feitas.
É um processo contínuo?
Como sempre foi. Uma solução cria novos problemas, que demandam novas soluções.
Quem é contra regulação nas redes fala em liberdade de expressão, tema que também é caro a artistas. Como equilibrar isso?
São critérios variados e oscilantes. Uma hora tendendo a favorecer um lado, outra hora o outro.
É uma discussão permanente sobre até onde vai essa liberdade, o que é liberdade, o que não é, qual o grau de interferência tolerável por parte da regulação, onde é que realmente a liberdade está sendo ameaçada ou quando a liberdade é ameaçada por mais liberação (risos). É tudo muito complexo. Não é uma visão linear que dará conta.
Em “Cérebro eletrônico”, de 1969, o sr. diz que a máquina é muda, não chora, não anda. Será preciso atualizar a letra?
Ela vai começar a mandar em vários níveis e vai ser travada pela inteligência humana em vários outros. Isso porque, de outro lado, a configuração da biociência vai se desenvolvendo, vai dando ao cérebro humano nova profundidade, nova capacidade de expansão de seus potenciais.
A contribuição que a máquina traz é equilibrada por aquilo que na existência humana não é técnico, maquínico. Esse lado vai sempre discutir com a máquina. A máquina só vai mandar sozinha, trabalhar sozinha, se o ser humano deixar, por alguma razão.
A humanidade pode decidir em determinado momento que a gente não quer mais a bioexistência, que queremos a existência maquínica e aí entregamos tudo para a máquina. Mas, enquanto a gente apreciar essa dimensão biológica, fisiológica em que estamos, a relação com a máquina será sempre de diálogo.
Ela só vai avançar se for permitida. Essa possibilidade de desastre do tipo “2001, Uma Odisséia no Espaço”, filme em que o computador resolve matar a tripulação toda, é uma situação extrema que deve estar no mapa, no elenco das possibilidades, mas que são muito remotas, porque nós conservamos nossas condições biológicas, de nossa cognição, na nossa corporalidade. Por mais maquínicos que estejamos, nossa autonomia biológica ainda é muito forte, o projeto humano é muito forte.
Desfazer a polarização que a internet alavancou na última década é um processo muito mais difícil, porque a binaridade é própria da tecnologia. Como desenvolvedores, a gente está constantemente trabalhando em casos em que algo acontece ou algo não acontece, e desconsideramos ou “generalizamos” casos em que não é um nem outro. A arte sempre teve essa função de enxergar os cinzas entre o preto e o branco, de discutir porque um é um e outro é outro, e de onde vêm essas ideias. Acho fantástico que o Gil tá fazendo essa ponte.
A tecnologia já tá ligada demais ao nosso cotidiano pra gente tentar reduzir nossas vidas à ela. O caminho é oposto – nós precisamos começar a olhar para a transformação tecnológica de forma mais complexa e fazendo perguntas mais difíceis se quisermos continuar usando e desenvolvendo. Nas palavras do próprio Gil:
Tudo é bom e ruim. Igual copo de leite, que é muito bom para alguém em determinada circunstância, mas pode ser terrível para alguém que tenha alergia a laticínios.
Gil vai dar a palestra Caminhos para a Democratização da Tecnologia no canal da ThoughtWorks Brasil no YouTube nessa quinta, às 19h.